Então, a jovem aturdida e confusa me procurou.
Ela dizia que quando estava sozinha com o pai ele falava mal da mãe, e pedia para não contar nada para ela.
A mesma coisa acontecia quando ela ficava em companhia da mãe, que por sua vez, detonava a imagem do pai.
A garota vivia em delicada situação e estresse nervoso, a ponto de afetar seus estudos e relacionamentos.
Manifestava choros constantes e voltar para casa após a escola era um verdadeiro tormento, pois os pais viviam sob o mesmo teto.
Ela me indagou o que deveria fazer, para minimizar essa situação.
Disse a ela que tivesse paciência, pois os pais eram adolescentes irresponsáveis, e não percebiam a lesão emocional que lhe causavam.
Agiam como dois terroristas psíquicos, pois faziam da própria filha uma arma para ferirem um ao outro.
Sugeri a ela que procurasse alguém, de preferência que tivesse alguma ascendência sobre os pais dela, para que eles tivessem a atenção chamada para o mal que estavam promovendo.
Aconselhei-a a não tomar partido, e deixar que eles resolvessem as diferenças entre eles, já que o relacionamento dos pais é problema dos próprios pais.
Conversamos durante algum tempo onde procurei blinda-la da conduta irresponsável e infantil que os pais tinham.
Ao fim da nossa conversa ela chorou e seus olhos revelaram um novo brilho.
Não sei se ela vai conseguir lidar com esses adultos irresponsáveis, como os pais demonstram ser.
Por que, é tão difícil para certas pessoas, proteger e cuidar do fruto nascido, do que já foi o melhor sonho sonhado entre ambos?
Talvez, o que foi um sonho lá atrás, não foi o resultado de um sentimento verdadeiro, porque onde existiu amor de verdade, fica sempre o desejo de ver a outra parte bem, mesmo que seja longe da gente.
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